VALENEWS CULTURA || Vozes que Erguem a Praça: Jovens Transformam Versos em Arma contra o Racismo.

PEDREIRAS, MA – Na véspera do Dia da Consciência Negra, a poesia não ficou nos livros. Ela desceu para a praça, ecoou em versos afiados e na coragem de jovens que carregam a luta no sangue. Alícia Vitória, 16 anos, resume a missão: "Nosso poema realça a lembrança de que o racismo ainda vive no nosso cotidiano".

O evento, organizado pela professora Adriana Maria Franco, transformou o coração da cidade em palco de resistência. Enquanto Josivan e o Tim Veras entoavam canções de João do Vale - cujo primo, Francisco do Vale, compareceu emocionado - alunos do IFMA erguiam um memorial vivo de palavras.

Davi Lisboa, ao representar Conceição Evaristo, deu voz à dor que ecoa nos ônibus lotados, nas sacolas de restos de comida, no cotidiano das Marias do Brasil. Seu nome, soletrado com orgulho no palco, tornou-se símbolo de identidade reafirmada.

"É muito importante estar aqui", compartilhou. "É a segunda vez que apresento na praça. Represento não só minha escola, mas minha cor, meu povo, meus ancestrais".


E foi ele quem, com a sabedoria de quem carrega séculos nos ombros, deu o veredito final: "Consciência negra é todo dia. Se é só um dia, nunca vai existir. Tem que ser todos os dias, 365 dias do ano".


Naquele espaço, a cada verso, a cada canção, a nova geração provava que a verdadeira consciência não se calenda, mas se vive. E floresce.



Fonte: FUP
Da Redação
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